Um artigo recente do site japonês Mantan Web abordou a situação atual dos animes na TV aberta e revelou que a censura na China tem se intensificado. De acordo com a publicação, produções com temas como “derrubada de governos” ou “romances entre estudantes do ensino médio” estão enfrentando cada vez mais dificuldades para serem aprovadas no país.
O artigo também destaca o crescimento expressivo da indústria de animes nos últimos anos, ressaltando o impacto que essas obras vêm tendo na televisão japonesa. Exemplos como o enorme sucesso de Kimetsu no Yaiba e o aumento da popularidade de animes durante a pandemia de 2020 são citados como marcos dessa ascensão.
Por outro lado, a publicação chama atenção para desafios enfrentados pela indústria, como altos custos de produção, escassez de mão de obra especializada e longos prazos para a conclusão dos projetos. Em média, um anime pode levar de 1 a 2 anos para ser produzido, enquanto um drama live-action costuma ser finalizado entre 4 a 6 meses.
Esse contexto leva à situação da censura chinesa, um fator que preocupa o Japão por conta do tamanho do mercado consumidor no país. Naturalmente, há interesse em conquistar espaço por lá, mas as restrições impostas recentemente têm tornado essa missão mais difícil.
Segundo uma fonte ouvida pela Mantan Web, obras que envolvam conflitos com autoridades ou relacionamentos escolares estão sendo barradas, o que coloca títulos famosos como Code Geass e até mesmo One Piece sob risco de sofrerem censura ou restrições.
Se o foco for apenas na questão dos romances no ensino médio, o cenário se torna ainda mais preocupante. Títulos como Boku no Kokoro no Yabai Yatsu, Sailor Moon e diversas outras obras que exploram esse tipo de relação como parte do enredo poderiam ser alvo de banimento ou cortes.
Dentro do contexto abordado — sobre a influência dos animes na TV aberta japonesa — surge uma preocupação adicional: os canais de televisão estão cada vez mais envolvidos nas produções e, por isso, tendem a priorizar animes que possam ser exportados com segurança, ou seja, que não envolvam temas considerados polêmicos em mercados internacionais.
A Mantan Web afirma que essa tendência já está em curso. Canais japoneses vêm demonstrando preferência por títulos que evitam “conteúdos de risco”, justamente por visarem a viabilidade internacional dessas obras.
Ainda não está claro qual será o real impacto dessas novas restrições no mercado de animes do Japão. Resta saber se a China adotará medidas retroativas para ajustar títulos já lançados ou se as regras serão aplicadas apenas a novas produções que busquem entrada no país.
Fonte: Kudasai, Mantan Web
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